quinta-feira, 30 de abril de 2009

Da janela do quarto...

Da janela do meu quarto, é possível ouvir de tudo: portão abrindo, portão fechando, passos, abre porta da cozinha, fecha porta da cozinha, passa carro na rua, inclusive conversas do vizinho e de pessoas no quintal...

Só que aquela noite foi diferente. Ouvi a porta abrir e passos. Logo pensei: "Ótimo. Eu tenho prova logo as 8h30 da manhã e alguém vem conversar aqui no quintal...!" Como suspeitei, a pessoa estava falando no telefone. As frases monosilábicas a entregaram. Comecei a prestar atenção e percebi que era uma moça. Sua voz era macia e calma, não se alterava por nada. Quase entrei em transe só prestando atenção em como a voz da garota era afinada e bonita. Mas uma frase me chamou a atenção e eu voltei para a realidade.

"Livre-se dele, ué."

Todo aquele conforto que a voz da garota tinha trazido foi embora em menos de 1 segundo.

"Livrar-se de quem?" pensei assustada. Um frio incomodo subiu pela minha coluna, minha consciência pedia para ir dormir e esquecer isso tudo mas continuei ouvindo atentamente à conversa.

"Será que eu vou ter que ir aí mesmo?"

Eu conseguia ouvir meu coração e respiração, tirando ela conversando no telefone e meu corpo, nada fazia barulho. A voz dela alterou para um tom muito irritado:

"É simples, seu idiota. Você tem que limpar o local e certifique-se que não deixou nenhuma digital."

Eu comecei a escutar uma pequena pessoa falando, parecia que estava embaixo d'água e presumi que era a pessoa do outro lado do telefone. Continuei prestando atenção silenciosamente.A garota suspirou e disse com uma voz mais compreensiva:

"Eu sei que você o considerava como um irmão mas ele falhou na missão..."

A voz do telefone falava frenéticamente, parecia muito nervosa.

"Calma, calma! Vai ficar tudo bem... Fica tranquilo! É só fazer o que eu te falei e seguir o regulamento que nada vai dar errado..." a voz da garota transmitia uma segurança que até eu me senti mais calma naquela situação.
Comecei a sentir uma dor insuportável nas minhas costas. "Era do que eu precisava mesmo! Dor nas costas... Preciso me ajeitar sem fazer barulho...", pensei comigo mesma. Lentamente e delicadamente tentei endireitar minhas costas para uma posição confortável mas minha cama me entregou. Deu um estalo absurdamente alto e eu logo ouvi a garota dizer baixinho:

"Pera ae, eu ouvi alguma coisa aqui. shhhh...! Calmaaa!"

Fiquei paralisada onde estava, em uma posição mais desconfortável do que a de antes. Meu coração parecia uma metralhadora e eu tentava controlar a minha respiração. Ficou silêncio por mais uns 5 segundos e a moça disse mais calma:

"Não era nada, acho que a imbecil da menininha que mora aqui do lado se mexeu na cama, só isso... E, não, ela não tá acordada..."

Eu continuei tensa deitada na cama esperando que ela acreditasse nisso mesmo.

"Mas continuando..." Vi que eles tinham mudado de assunto e relaxei um pouco. "Faça o que eu te falei, tá bom? Se não, tudo o que ele fez foi em vão... entendeu?"

A voz do telefone parecia mais calma e falava mais devagar.

"Ótimo. Te vejo amanhã no mesmo local. Beijo."

Só pude ouvir depois os passos para dentro da casa novamente. Me arrumei na cama, virei pro lado e tentei dormir para esquecer da conversa mais estranha que eu já tinha ouvido. Eu tentava associar aquela voz macia e gostosa a alguém que já tinha visto enquanto andava pelo prédio mas não conseguia. Depois de tanta tensão, meu corpo pedia por um descanso, por uma cochiladinha. E, afinal, o que mais eu poderia fazer? Chamar a polícia e contar tudo o que eu havia ouvido? Quem escutaria a imbecil da menininha que mora ali do lado? É, era melhor esquecer isso tudo e ir dormir... a prova não seria transferida e eu precisava passar de ano, né? Meu coração batia calmamente e minha respiração era profunda: era só nisso que eu prestava atenção... e foi assim até o amanhecer do dia seguinte.

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Escrito por Júlia Taddeo e Karen Lessa
Obrigada pelas idéias geniais, Karen! E bem vinda ao blog! =)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Muito grata, viu?

Pois é, pessoas!

Depois de... sei lá. 3 meses? É, talvez mais.
Enfim, depois de talvez mais de 3 meses, ó nós aqui 'tra vez :D

Falei tanto de vestibular e nem vim aqui contar que eu consegui entrar, né? hahahaha
SIM! Bixete de Oceanografia 2009 :)

"ai, mas o que que deu na Júlia pra ela vir postar aqui só talvez mais de 3 meses depois?" pensa você, leitor...
É que eu tava estudando a origem do universo, já que minha prova é amanhã, e um amigo meu falou comigo no MSN... disse que era pra eu atualizar meu blog. Quase que eu pergunto: "mas que blog?" ehaiuehauiheauie, sim, quase esqueci dele... e perguntei: "mas você ainda vê aquele blog?!"
Daí ele disse que via e que tinha até deixado um comentário (:
E eu vim ver... fiquei surpresa por ter 8 comentários aqui e um super recente!

Por isso, vim aqui... dedicar esse post inteiramente a agradecimentos!
muito obrigada mesmo por comentarem e ver se isso daqui foi pra frente!
prometo que não vou deixar isso acontecer de novo!!!
até o próximo post =)