sexta-feira, 18 de julho de 2008

(Um projeto de) Crônica.

Eles cresceram juntos, brincavam juntos, dormiam um na casa do outro. Seus pais nunca se importaram muito, afinal, esses se conheciam muito bem e seus filhos nunca fariam algo errado.

A menina era agradável, simpática, falava baixo. "Educadinha", como diziam os pais dele. Ele era quieto, introvertido e um pouco desengonçado. "Uma gracinha", como diziam os pais dela. Ela estava começando a gostar de desafiá-lo e ele sempre entrava na dela. Quando essa "fase" começou, ele passou a odiá-la de todo o seu coração. "Ela é insuportável, sempre acha que tá com a razão.", pensava ele. "Ah, ele é idiota demais... Tá sempre nervoso.", pensava ela.

Com o passar dos anos, esse ódio dele e a indiferença dela foram dando espaço para uma coisa que eles não sabiam o que era. Não conseguiam se desgrudar. Cinema, parque, filme em casa, baladas, Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Dia das Mães e dos Pais. Lá estavam eles juntos comemorando.

E o tempo passava cada vez mais rápido e aquela "coisa" que apertava o peito, que fazia o coração disparar, seus rostos corarem foi aumentando. Até que ele percebeu: Era realmente o amor? Amava aquela menina com quem ele sempre esteve, com quem ele brigou muito, com quem ele deu muitas risadas? Aquela menina? E por que ela? Por que não uma atriz pornô que ele via nos filmes em que baixava no seu computador?

Ela não perceberia tão cedo. Achava que amor era só no cinema. Só atores e atrizes lindos, na praia, ao por do sol poderiam sentir isso. Nem se passava na cabeça dela se apaixonar por aquele menino que sempre zuava quando ela colocava um decote "v", que sempre a protegeu quando queriam aprontar pra ela, que sempre a acolhia quando os pais dela enchiam o saco dela. Aquele menino.

A vida continuou. Ele a amando e ela também, mas sem perceber. Até que um dia, ele resolveu se declarar. Comprou rosas, colocou seu melhor jeans e camiseta. Foi até a casa dela e assim o fez. Ela hesitou. Não sabia o que dizer. Estava tudo bem claro agora, mas não sabia o que fazer. Ele lá, com um buquê de rosas brancas (suas preferidas), ajoelhado e só pedindo para que ela se mostrasse tão apaixonada quanto ele. Sua única reação foi pegar o buquê, agradecer, desejar boa noite e fechar a porta.

Mais tarde, ela descobriria que foi a pior decisão da vida dela e pediria uma segunda chance, alegava imaturidade. E ele descobriria que as pessoas merecem uma segunda chance, sim, mas ele não a cedeu por puro orgulho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, que coisa... trágica.
Mas gostei da sua crônica ou projeto. :D

E.. como assim? Você já conheceu? COMO?huaeuhaeauheuhae :x

Tiago Torigoe disse...

Ahh tá me copiando!!! Foi só eu começar a fazer crônicas que vc fez tbem XD

Mas , então, eu PRECISO dizer algo?

Acho que não né? Tirando o começo de "viver juntos", e o final de "a menina se arrepender", vira uma coisa beeem familiar ^^

Mas que seja. O estranho é vc ter capacidade de escrever algo tão legal assim, e não de viver algo assim.

Beijos, adorei o post
te amo.